sábado, 31 de outubro de 2009

"Três''


São três.Apenas três pequenos transeuntes que, delicadamento caminham tranquilo pelos caminhos da terra.Segue o instinto apenas do caminhar.Não penssam.Não falam.Não ouvem.Não fazem nada.A nao ser caminhar.Sabem que se pensar, pararão na primeira oportunidade que aparecer.Não querem.Não falam.Sabem que se falar vão parar para ter que ouvir, obrigatoriamente, o outro.Não querem.Não ouvem pois sabem que terão que ouvir à tudo que escutarem, prestar atenção nàquilo que nao querem.Pois seu unico objetivo é apenas caminhar.Pra onde?!Pouco importa.Para saber onde vão terão que pensar e para pensar terão que parar para racionalizar.E isso, eles não querem.Querem seguir o instinto.Seguir algo que sentem.Apenas isso eles fazem.Caminham e sentem o ato de caminhar.Eles os fazem com tanto vigor que nos dá inveja pois, enquanto eles já estão fazendo que é, caminhar, nós estamos parado pensando, ouvindo, falando para onde temos que ir.Por quê?Porque eles não pensam, apenas caminham.E nós pensamos e deixamos de caminhar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Um sonho chamado carnaval"

Era carnaval.Estava tudo muito bonito, animado.A noite.As pessoas.Tudo estava como ele queria.Alegre, descontraido.Indo cantar em mais um bloco.Os amigos seguia, junto com ele, a multidão.E tudo era festa até que...

Ela, moça sorridente, dançava que nem menina.Uma menina colorida.Dos traços de retalhos e dona das folias.Dançava feito ave.Pulando e voando em mais um bloco.

Era carnaval e eles se encontraram.Ela, com seu vestido florido, com sorriso nos lábios e um olhar de menina.Ele, simples, com seu chapéu de cor preta e um bilho no olhar, também de menino num suspiro aliviado da noite, eles se olharam.Ficaram eternos cinco segundos ''apaixonados''.Um contemplando o outro.Sem se perder naquele singelo olhar profundo.Dançaram.

Parecia que eles foram feitos, assim, naquele instante, naquela noite, um para o outro.Que nem Colombina e Pierrot.Não precisavam dizer nada.O olhar que ambos se deram; os gestos que faziam enquanto dançavam àquela marchinha.Dançaram tanto que os corpos se entrelaçaram; os olhares diziam àquilo que as palavras não conseguia dizer.Foi então que...

A noite virou mágica.A lua brilhava mais que antes.As estrelas bailavam no universo.Tudo era festa, alegria, sorrisos e encantos.Fantasia, contos e carnaval.Não bastasse a alegria dos dois, veio a chuva.Sorriram mais ainda.Dançaram em plena poça que fazia na rua de paralelepipidos.Se molharam.Se beijaram feitos pássaros nos ninhos d´uma noite de luar.Até que...

O sol nasceu.O outro dia se tornou um novo dia.E tudo que viveram não passou de uma incrivel e enterna lembrança.Por ironia do carnaval, ele se apaixonou.Viveram digamos que um sonho.Um sonho chamado carnaval.

E foi assim.Mais um sonho.Mais um carnaval.A vida segue em ritmos pois, o destino é a gente que faz.O cenário, somos nós quem criamos.E o amor nós inventamos!

"Retrato"

Ela veio e se foi rapidamente
não sei por quantos dias
não sei por quantas horas
essa ausencia durará
partiu pra bem longe
tão perto do rio
tão longe do sol

Ela veio e se foi silenciosamente
só vejo teu olhar
no horizonte distante
que é perto do mar
Mas ainda sinto teu perfume
e ouço tua voz vinda daquele espaço
onde brilham as estrelas
e repousam as lágrimas de um olhar.

Ela veio e na beira-mar ficou
não sei por quantos segundos
não sei por quantos minutos;
apenas a vejo lá,
naquele mesmo lugar
onde nasce o sol
e repousa a lua;
e em cidades e cidades
percorrerá as estradas
onde perde-se uma história
e comemora-se uma vitória

E enfim, se foi
deixando apenas lembranças
de meros e singelos momentos
que perto dela passei
mas a saudade será eterna;
mesmo que termine essa ausência,
ainda olho o retrato dela

"Teu Dono"

Nos seus olhos quero ver estrelas
brilharem iguais as do céu
Quero ouvir as notas
da melodia dos versos de Noel
Quero sentir a música
como se fosse um cantor de blues
E ser um menino
à cantar nas noites de céu azul.
Quero uma rosa sem espinhos
para te dar e acalentar teus arduos caminhos
No final, quero ser teu sonho
sem nunca ser teu dono.

"Paráfrase de uma Apresentação"

Aqui está minha vida
Aqui está minha voz
Aqui está minha dor
Aqui está minha lembrança
Esta arei tão clara
Esta concha vazia
Este coral quebrado
Este mar...solitário!



*Paráfrase do poema de Cecília Meireles – Apresentação.