terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ultima bomba

Não sinto minhas pernas
elas se foram na ultima guerra
Não sinto meus olhos
eles se foram com os sonhos

Não sinto minhas mãos
elas se foram junto com as pernas
Não sinto meu ouvido
ensurdeceu na ultima bomba

Sinto-me inocente e culpado
vitima e carrasco
Não quero mais rosa nem cravo
Quero apenas um olhar
e poder fumar o meu cigarro.

domingo, 24 de outubro de 2010

Around World

Quanto mais intensamente vivo, mais descubro pessoas magnificas. Com o coração do tamanho do mundo. Dificil conhecer, nesta "sociedade espetacular" na qual vivemos, pessoas com o coração generoso. Neste país onde o dinheiro vem em primeiro lugar; quando não se têm mais relacionamentos cara a cara; onde as taxas sao abusivas e o desemprego assustador. Um pais que "acha" que são os donos do planeta. Porém, fazem suas próprias covas quando a desigualdade está aí, na sua frente. Onde as pessoas vendem a própria mãe para fazer negócios e dinheiro; o comércio, a venda sempre estará em primeiro lugar.

E nesse cenário, tive permissão em conhecer pessoas que sao diferenciadas. Não há moralismo, nem preconceito e querem, antes de qualquer coisa viver.

Quero continuar descobrindo essas pessoas 'around world'. Elas existem e precisam ser conhecidas.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quadro Branco

"O que desejas não têm nome
nem cor, nem classe, nem aparato
Têm cheiro, esse desejo
têm história e estória
têm começo, meio e fim
E têm rima também
Têm poesia, e ritmo.
Ele é um quadro branco sem nome
esperando voce pintar."

sábado, 16 de outubro de 2010

Pra tudo pede-se licença, menos à ir ao banheiro

Raul escreveu a seguinte frase: "Não sei onde estou indo mas sei que estou no meu caminho".
Permito-me, sem permissão, tomar a mesma pra mim. Estou indo pra algum lugar que nao sei onde. Nao sei se quero ficar ou se quero partir. Não tenho diploma, doutorado, mestrado e caralho a quatro. Não busco especialização de coisa alguma. Não sou burguês. Não quero ser especialista em assunto que se sabe menos cada vez mais. Tento, ao invés, especializar--me em mim mesmo. No Eu que me domina. No Eu que sou mas que, ainda hoje não sei qual é. "Qual flor de uma estação. Botão fechado eu sou.Se amadurecendo pra se abrir pro meu amor"

De tantos poucos caminhos já percorridos. O que mais quero é percorrer o que ainda pra mim é desconhecido. Onde o coração bate com medo mas que a coragem prevalece. "O medo é a nossa coragem" disse Rubem Alves em algum momento que estava com medo.

Nasci por causa de uma barata que minha mãe viu caminhando livremente na garagem do prédio. Ela ficou com tanto nojo e uma mistura de pavor de de repente invadir a casa e não querer mais sair, que a bolsa estourou. Mas, nasci sob o crisma do sol, ao meio dia em ponto. Regido por Sagitário, sou àquele que tudo quer, nada termina, mas que no fim sempre consegue. Cresci ao som de Raul, Eliz,Cazuza. Ouvia Rock das Aranhas e era como se fôsse o mundo de Bob: levava ao pé da letra. "Fazes o que tu queres pois é tudo da Lei" ouvia essa frase, cantava junto e ja entendia: sou diferente de mim mesmo. Li sobre a Lei Thelema, de Aleister Crowley e ja estava me formando. Nada sou a não ser dono de mim mesmo. Tudo posso mas nada é permitido."Não existe Deus se não o Homem".

Vieram outros artistas, novos amigos. E fui me debandar em outras terras. "A estória é uma estória e o homem é o unico animal que ri" disse um cara com nome engraçado do tipo Millôr Fernandes. Somos animais da espécio Homo Sapiens. O que isso importa? Porra nenhuma. Serve só pra quem não sabe ler.

Vou indo esse mundo afora
Num canto que é tão valente
Que mesmo se está contente
Fala sempre e a toda hora
quase num tom de quem chora
[...]Preciso de um canto longo
Pra explicar tudo que digo
Pra nunca faltar comigo
E lhe dar tudo o que trago.
[...]Apenas atiro certo
Na vida que é dirigida
Pra minha vida tirar


Cantou Geraldo Vandré sob a mira do exército.

Tenho a minha terra. Onde o mar é escuro e a areia gruda como quem não quer mais sair. Mas é minha terra. E dela, tenho permissão pra falar.

Nesse mundo, pra tudo pede-se licença. Fazer arte na rua; ao sair da mesa; passar pela multidão. Menos à ir ao banheiro!

Eu vou fazer o que gosto. Eu vou fazer o que gosto. Eu vou...

domingo, 10 de outubro de 2010

"Enquanto isso, na terra de Al Capone..."

" Nos mares longínquos, tento fazer arte. Porém, nesta vida, ou melhor dizendo, neste regime de licença e permissão, tenho que ter a minha. Sem ela, não posso fazer, mesmo como turista. Sei que a dificuldade é grande, na verdade, ela existe por si só: não pede licença.

Enquanto isso, sigo ar, onde não há praia, apenas lugar. Na terra de Al Capone, tenho que ter permissão para ser artista e mostrar minha arte."