quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Insustentável Leveza do Olhar

"Meus caminhos se confundem com as fotografias. As letras e palavras são retratos da vida cotidiana. Se perdem na magia da lente da Yashica herdada pelo meu avô.
O que vejo é o que sinto. Meus olhos se vai com o olhar da camera. Insustentavel leveza do olhar.
Minha vida é um retrato em preto e branco. Apenas as expressões dão vida àquelas marcas históricas na face da terra. Na minha face.Na minha cara. Lembranças não há. Saudade? Apenas no meu dialeto criado pelos meus ancestrais oriundos de diversos continentes.Vários países. Linguas, cultura, etnias. Meu caminho se confunde com a história desse texto. Escrevo sob o calor do sol que bate na minha janela às duas. Tarde quente. O vento suave e a brisa do mar mistura com o ar da ansiedade que bate em meu peito, ataca meu estômago e invade minha vida.
Tudo se mistura em mim. Confunde tudo e fico confuso. Me liberto dessa confusão. Fico livre e vou à busca quando meu coração diz quando bate descompassadamente:' "É hora de ir à luta".
Corro pro mar. Peço licença à Yemanjá e mergulho até o fundo. Renasci do fundo do mar da mãe Odoiá.Faço as malas e me perco nesse caminho.Sou leve, livre. Meu destino é o mar.Meu guia o ar.Minha força o fogo.Minha dor a coragem. Meus santos - o povo Bantu.
Nesta tarde que termina a brisa sopra e leva meu corpo.Me jogo no ar como um pássaro.Sou ele.
E assim, tiro a ultima foto com a maquina Yashica herdada do meu avô. Faço dela meu caminho e meus olhos o espírito.A força nasce desse edificio.Tudo é preto e branco, insclusive minha alma."