quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Hora do Almoço"



Foto tirada em Garanhuns - PE
 
Parque Ruber Van Der Linden
 
Dez/2008.

" Achando que ia ser um homem adulto."

Como é difícil andar com os próprios pés.
O mundo (a vida) é uma areia movediça: quanto mais anda, mais você afunda. Você olha pra frente só vê trilhos, trens; olha pro lado vê pessoas indo e vindo; pro outro a mesma coisa; e tendo ainda alguma chance de olhar, olha pra trás e não conhece ninguém. Descobre que não tem mais jeito em voltar ao tempo.Você está aí: pronto pra enfrentar o mundo e ele te enfrentar.Ambos lutam sozinhos.Só que tem um, porém: o mundo já é grande e você não.

Um dia você acorda e reflete toda sua vida. Desde a infância até o presente momento.Sente na pele o quanto era boa àquela época; o tempo de escola; o tempo em que você se sujava todo na pracinha em frente a sua casa.Ia, em muitas vezes, dormir tarde porque estava brincando: esconde-esconde, pega-pega, policia e ladrão.Ou até mesmo com seus brinquedos no corredor do seu prédio, todo espalhado pelo chão.E ficavam dias ali. É!Tempo bom que não volta mais. E quando vem a lembrança, se torna triste, como uma lágrima de eterna saudade.

Lembra quando ia à praia e brincava na areia e se sujava todo?Lutava com as ondas achando que era super-herói?Mas, tinha um problema: nessa época você queria ser grande. Até brincava com os amigos de bicicleta e dizendo que tinha 18 anos, outros 20.Sendo que você tinha 10 e outros 12 anos.Reclamava de pés juntos que queria ser grande achando que ia ser homem adulto...

Achando que ia ser um homem adulto!
Agora, voltando à realidade: você já é maior de idade. Sente agora a dureza que é ser adulto, um homem grande. Brincadeira, esconde-esconde, pega-pega. Não tem mais. Acabou. É outra fase. Antes você não tinha preocupação em pagar conta, juntar dinheiro, pensar no futuro. Mas, já fazia isso, achando que era legal; e a fase de criança, de brincar até se machucar, ia passando lentamente até que...

Até que hoje você jura de pés juntos que quer voltar a ser criança. Mas, é impossível, não tem mais volta.

Quer ser criança? Preserve o espírito, mantenha a alma de criança. Aí sim, sua vida irá ter um outro sentido, mas, não o mesmo de há 10 anos atrás. Contente-se com as lembranças: tristes e solitárias, mas, infinita.E sempre alegre.

Amanhã você não terá que ir à escola e brincar de bater bafo (figurinha) no recreio e nas horas vagas. Amanhã terá que trabalhar por 8 horas. Do outro lado da cidade. Agora pergunto: qual era teu sonho quando criança? Você lembra? Ou não sabia o que ia ser? Pense no teu sonho talvez o da adolescência, pois é mais recente: você sabe?Talvez você mesmo se ajude começando pelo que não quer. Saiba o que não quer que o resto se tornará mais fácil.

Mas, entretanto, você quer crescer, adquirir uma maturidade.Ter algo comprado pelo teu suor.Quer, enfim, construir um sonho.O teu sonho por hora esquecido, talvez perdido, talvez adormecido; ou talvez nada decido e querer começar do zero.Mas, você quer ter experiências novas, conhecer outras culturas, outras pessoas.Mas para que isso aconteça há certos sacrifícios: abandonar a proteção dos pais, amigos, trabalhar 8 horas por dia pra mais, abrir mãos de coisas que gosta e deixar a infância de lado e encarar a realidade.

Agora tudo é novo.De hoje em diante só lhe resta crescer.Portanto, cresça.Mostre que quer construir um nome.Mas, mostre a si mesmo.Ninguém precisa ficar sabendo das tuas fraquezas, inclusive: não as mostre a ninguém.Guarde-as com você ou jogue fora.E se hoje você já abriu mão dessas coisas.Lembre-se que a escolha foi sua.Saiba o que quer que lhe mostrarei como fazer...''torna-te quem tu és”.

A vida requer 3 regras básicas: bota, pra proteger os pés (pois usará muito eles); paciência (nesse mundo de bicho todo o tipo de paciência será necessário) e liberdade.Tenha a tua própria liberdade para escolher onde queres ir e onde queres chegar.Tendo isso em mente.Vá!Tenha fé, força de vontade e lute, muito.Nunca se deixe desistir por um não e nem porque não conseguiu. Pois, um dia: “Terá o universo em sua mão e a eternidade em uma hora...”.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

" Que a vida me diga em silêncio "

" Que a vida me diga em silencio
àquilo que tenho medo de ouvir.
Que os caminhos que sigo
sejam pelos sentimentos que sinto
Que a vida me dê um segundo
para mostrar à ela
quantas saudades eu sinto
quando não a vejo por um minuto
Que a vida mesmo sendo breve e curta
eu possa vive-la com intensidade
mesmo não tendo idade
penso em viver em todas as cidades.
Que a vida seja um mar de amor
que eu possa sentir e desejar
e assim poderei morrer em paz
como um poeta que sente e faz."

"Àquilo que ainda não vivi"

"Tenho suadades daquela foto que nunca tirei;
daquele texto que nunca escrevi;
daquele amor que nunca tive coragem em assumir.

Tenho saudades de tudo que ainda não vivi;
dos caminhos que ainda não segui.

Tenho saudades daquele sorriso de fotografia;
daquele esquina que ainda nao parei.
da criança que não fui ou as que eu já matei.

Tenho saudades do tempo que ainda nao perdi pelo simples fato de querer viver.
Tenho saudades de tudo:inclusive de voce que me vê e me sorri sem porquê."

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

" Não mais que um dia"

" Quero sentir o doce olhar da menina
quero tocar na suave pele femenina
quero beijar o corpo todo nu
quero, não mais que um dia
ser o sorriso da bailarina
ser tua companhia
em forma de fotografia
e dançar valsas em versos
cantar dores e alegrias
e viver, viver, viver.
Não mais que um dia
mostrarei o caminho do mar
o caminho do amor
e o caminho de amar
sem saber em qual estação...
Ah!, em qual estação
o trem irá parar."

"Passos de Tango"

"Não sei por quantas horas
não sei por quanto tempo
a vida passará e sentiremos apenas o vento
sem tocar o coração: vê e choras.

Não sei por quantos minutos
nao sei por quantos meses
os caminhos serão esses
e virarem passados em questão de segundos.

Não sei por quantas noites
não sei por quantos dias
apareçerei de repente e me lançarei na vida
seguindo o ritmo das estradas e dos montes

Não sei com quantos cantos
não sei com quantas canções
minha vida seguirá em passos de tango

Não sei com quantas paixões
viverei nesse caminho!
Fecharei o livro e deixarei a página em branco."

" Quelqu´un un jour"

" Je te rencontre par ici, mon amour.
Quelqu´une nuit.
Quelqu´un jour..."

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ah, saudade

"Saudades que sinto
saudades da idade
saudades que imagino
saudades da cidade

Saudades do sorriso
saudades do encanto
saudades do paraiso
saudades do canto.

São tantas saudades
tanto preço, tanto apreço

São tantos cantos, tantas canções
São tantos mares, trindade.

São tudo aquilo que sinto
que, dizer não consigo
mentir muito menos
vivo e sinto
e nada mais."

"...que as crianças cantem livres..."

È dificil escrever algo que sentimos quando estamos com medo em dizer.Pergunto: Medo de quê?do novo?do que pode dar certo e acaba não dando?naquilo que determinamos sem saber se estaremos vivo amanhã?Pois é, nós próprio respondemos com perguntas àquilo que não queremos ouvir.Sejamos franco, puro e realista, temos que encarar nossos próprios medos, receios e caralho a quatro.Que diabos têem em dizer àquilo que sentimos para àquela pessoa?!Creio que seja o tempo.O pouco tempo pois, acreditamos que o "pouco tempo" não é tempo suficiente para se gostar de alguém.Agora faço uma outra pergunta:quanto tempo precisamos para gostar e/ou se apaixonar por alguém?Sendo que o tempo(horário)foi criado pelos homens há anos atrás (poem anos nisso)para facilitar que horas começa e termina o dia.Portanto, quanto tempo temos para sentir, saber que gostamos daquela pessoa? 1 ano; alguns meses; dias?

O fato é que deixamos de pensar na vida em si, deixamos de andar, correr, amar, brigar, errar com medo do que voce mesmo vai pensar de si próprio e acaba consequentemente ligando pelo que o teu vizinho vai dizer. Foda-se voce e ele.Sejamos mais honesto conosco mesmo e com teus sentimentos.Somos aquilo que praticamos, fazemos e não o que falamos e deixamos de ouvir.

O medo de querer fazer, querer acertar, querer que dê certo e nossas fantasias e expectativas acaba atrapalhando nossas caminhadas.Deixemos de tentar.Deixemos de viver.Necessitamos de segurança para dizer àquilo que nos impede.O medo da critica, do julgamento errôneo e de saber como a outra pessoa vai encarar e se vai aceitar e entender o que estamos dizendo, sentindo.

Deixaremos agora as coisas acontecerem por si mesma.A vida é simples.Porém dificil.Assim posto, porém, não quero deixar de ter medo muito menos receio.Quero ter mais coragem para viver e força para que tudo aquilo que me impede em fazer eu o posso fazer simplesmente pelo fato de seguir àquilo que sinto.

Sentimento não se pensa.Se senti (por isso mesmo: sentimento = sentir+momento.Minha teoria)Quando racionalizamos àquilo que sentimos deixamos de seguir um fluxo natural da vida.O dia em que o rio pensar se deve ou não cair no mar, é sinal que o mundo está do avesso ou alguma coisa parecida.Porém, creio que isso nunca acontecerá:não se compete com a natureza, no mais tentaremos seguir e sentir suas energias.

Disse um cantor a seguinte frase: "E que as crianças cantem livres sobre os muros E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor E que o passado abra os presentes pro futuro Que não dormiu e preparou o amanhecer..."

Portanto, observaremos mais as crianças.Deixemo-nos permetir e se permetir que as coisas aconteçam.E assim, elas nos ensinará a sonhar como crianças livres que cantam através dos muros.E sonham sem temer a dor.

Fotografia

"Um olhar.
Apenas um olhar.
Que tudo vê.Que tudo sente.
Um olhar sutil, peculiar.
Mas,apenas um olhar.
Um olhar lateral que pressente;
um olhar in focco que clareia;um olhar de longe que repara.
A lente, o foco, a velocidade ímpar do respirar do diafragma mistura-se com a luz daquele olhar.
Um olhar singelo.
Um olhar do novo e do acabado.
Do começo e do fim.
O Olhar vê aquilo que sentimos.
Sentimos aquilo que vemos.
Todavia,continue olhando e verás que o mundo é pequeno quando se tem a alma grande...''

"Um inesquecível noite de junho.''

" Naquele dia a lua estava fria tão fria que pude sentir sua frieza de longe.Deixando naquela noite uma recordação impagável, meus olhos viraram lágrimas de sangue.
Eu, arrastada por quatro homens numa precária aldeia velha e inacabada; arrastada pra dentro como se fosse uma cabrita à ser sacrificada, pude sentir àquela dor aguda penetrando meu frágil corpo, acabando com todos meus sonhos de mulher.

A lua que com sua frieza arrepiante chorava as lágrimas.E junto com as minhas, meus olhos morreram de dor e tristeza.Quando acordei.Tudo me era estranho.Inclusive eu.Queria sair daquele corpo correndo, como se ele nunca me pertencesse.Aquele corpo nojento, sujo, sofrido.Queria matar aquela alma e a todos os canibais, bichos que chamamos de homens.Queria matar aqueles miseráveis que por pura crueldade fizeram a lei com suas próprias mãos.Mas, infelizmente, não morreram e sim, meu corpo e junto com ele, os sonhos e desejos de mulher.Roubaram minha dignidade e por mais que tente esquece-los, torna-se impossível, pois, quando fecho os olhos ou mesmo quando vou dormir, eles aparecem sorrindo, igual àquela lua fria e solitária daquela infinda noite de junho."

Texto criado depois de ler o livro Desonrada, de Muktar Mai

Mar

"Leve-me para o mar.
Deixa também ser, filho de Yemanjá.
Leve-me para as ondas
Quando elas batem na pedra, sinto minha presença no universo.
Leve-me.Para onde voce for
Quero sentir a brisa do mar, tocando meu corpo, sem perder o jeito de criança de amar.
Apenas, me leve, pois não sei qual o caminho que nos separa
Será o mesmo que nos trás de volta?"

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Um modo de ver Santos.

Tempo de um Olhar

"De noite me olhas
De dia sorri
De manhã se abre
com os olhos da atriz.

De tarde amadurece
noutro dia envelhce
no passado disfarça
e no futuro acha graça.

No agora se faz ausente
outrora uma luz resplandecente
de madrugada se faz menina
e numa manha qualquer:
nasce uma mulher!"

Paráfrase de um velho ancião

" Eu, um velho ancião, impregnado de uma sensação tórrida, morto por um sentimento ingerido e não digerido, vou a caminho do quarto, no beco, onde nem o sol consegue se por.Vou junto a ela, a bela Delgadina.Coberta por um lençol branco de cetim, pestanejada de sonhos fantasmagóricos; abandonada num leito de quinta, abandona a vida: com um beijo de batom em meus lábios mortos, fechou os olhos e se voltou contra mim.

Nu, deito-me ao seu lado.Coloco a sonata do velho Caruso e, beijando seu frágil corpo delicado, lágrimas escorrem dos meus olhos e um pânico de adolescente me invade sem piedade e a certeza de que o amor que tanto fugi foi o mesmo que hoje me matou. ''

"Depois da tempestade a calmaria"

Foram quatro dias.Quatro dias intenso.Quatro dias de conhecimento interior.
Agitação.Briga.Tapas.Choros e pouco risos.
Entrei em coma de peito e coração aberto.Sem pré-conceitos, sem idealizações, sem fantasia.
Apenas fui.
Fui ter/viver uma experiencia que até então nunca tinha cogitado e além do mais se fosse alguns anos atrás, nao teria ido e/ou não teria terminado.Minhas viagens, experiencias de vida, me deu uma maturidade que até entao só conseguiria adquirir se fosse viver.Pois foi o que fiz.Fui viver.Quebrando a cara e tudo o mais.
O ultimo dia pra mim foi o melhor e pra muitos o pior(depende de quem observa, vê).
Morri.Fui obrigado a matar meus sonhos pelo simples fato de ter que escolher um.Quando sobrou àquele sonho que hoje é o que me move.Simplesmente mataram-o.Não tive raiva.Não tive rancor, nem ódio e nem nada.Me senti como uma criança com 8 anos de idade quando perde sua base, ou seja, seus pais.Morri.
Morri por horas a fio.Olhar vago.Olhar de morte.Olhar de morto.Olhar de criança da descrença da vida e de tudo em que acreditava.Foi real o que vive.Doeu não no cérebro.Doeu no coração.Na alma.No corpo.
Algumas horas se passaram e voltei.Voltei através da respiração segura.Um controle que até entao pensamos que nao temos mas, temos.Basta ter a devida consciencia de si: do corpo, da alma e do sonho.
Foram quatro dias de pura dedicação.Quatro dias de agonia.Quatro dias que não troca por nada, nada que eu ja tenha vivido.
Usarei palavras de uma amiga que também é atriz: ''...mas no final corre bem, com o sangue fervendo, com as amídalas saltando, com as pupilas emocionadas e de mãos dadas agradecemos a atenção [...] e nada deixaremos no palco além da saudade..."
E com minhas palavras encerro: nada deixaremos na vida se não a doce lembrança da saudade.

Fotografias

"Sabes o caminho do mar
o caminho do amor
e o caminho de amar.
Sabes que a vida é simples
tão simples como uma borboleta azul voando em outros ares.
Sabes o olhar da dor
sabes o sentido de tudo e do nada
e o caminho da estrada.
E são tantos que fica perdida em qual seguir
Anda,anda e anda
E nunca pára
Pois,tambem sabe que
a cada passo que dá
a cada segundo que vive
tua vida torna um mar de fotografias"

A vida de um contadô

Hoje é dia de romaria
Acenda três velas a ave Maria
Cinco velas a pai nosso
E sete a vossa senhoria
Aproveite e faça alguns pedidos
Peça saúde pra viver;
Força pra juvenescer
E um amô pra se te.
Depois do pedido
Druma de janela aberta
Deixe o vento se adentrar
Pois seu pedido assim se realizará

E hoje é dia de romaria
Pai nosso, mãe Maria.
Meu padim pade Cíço
Salve vossa alegria

Minha caminhada é longa
Longa e seca pruque só tem sertão
Sertão pra se vê e água pra si bebe
Mas um dia chego lá
Chego na próxima estação
Que é de graça de ave Maria
Com a benção de sua senhoria
Pruque eu?
Eu sou José Pereira Pernanbuco dos Santos Silva
Vim de lá do Recife
Pra vive minha vida nessa cidade fantasia
Num sô artista não
Sou apenas contadô
Contadô da vida
Aquele que véve o dia
E morre a noite assim como o sonhadô
Um dia conto minha históra
Agora, meu nego, deixe me ir
Pois preciso cume
Pois sem cumida,ninguém véve de pé.

II

Vortei.Preciso conta meus causo
Dos apuros que passei mas, em Sum Paulo cheguei
Passei por lagos, rios e mares
E nunca vi algo tão bunito
Sinti meu coração se debruçar ao longe
Sob todas essas águas cristalinas que a vida, assim, me deu
Eu nasci de baixo de farinha e água.
Aprumo minha rede no terreiro e descanso como menino.
Já dancei nas alagoas, já subi os montes do ribeirão;
Já desci até Sergipe e agora me encontro num as recifes,
D´onde a água só serve pros navis
Sinto uma pena do mundo que
Meu coração parte em pedacinhos
Vou agora pra rede
Descançar minha coluna
E silenciar meu isprito.
Cum sua licença
A benção do meu orixá
Vou já.
Vou sonha com mãe Yemanjá
Agradece a vossa senhoria
As benção que sua força assim, me dá.
Agradeço também a Xangô
Que cum justiça e amo
Rola as pedreiras pra sempre me protege
E, cômo toda vida de um contado
Agora drumo na rede
Pois hoje é dia de romaria
E cum toda alegria
Salve vossa senhoria.