sexta-feira, 29 de abril de 2011

Saudade II

Uma das coisas mais bonita que ja li sobre a SAUDADE.

E por isso, venho publicar este poema que um grande amigo especial que se encontra a algumas leguas de mim, escreveu.

Saudade
O amigo refere-se a saudade
Refere-se aos vestidos das damas
As ligações e aos anos que voltaram
Ao falar e ao ouvir aqueles a quem amas

Refere-se ao livro de retalhos das saudades
Saudades dos muitos que ficaram com um pedacinho de você
Mas agora ouso dar a voz aos outros, ou melhor, a nós,
Os guardadores e detentores das frações de vosmicê

Sei das tempestades de dor, que d’outro lado do globo azul, tem caído
Sei a falta que um “guarda-chuvas” faz nesta hora
Aqui, por mais “guardas-chuvas” que possamos ter,
Os canivetes da saudade também teimam em cair

um

a

um
no coracao nosso.

por - Thiago Dias Piedade ( Jornalista e Fotografo)

Grande Amigo Piedade, isso, na verdade, e' a forca do meu pensamento que ha alguns meses (praticamente desde quando cheguei aqui) venho lhe chamando. Querendo muito dar-lhe noticias.
Enfim

Obrigado pelo carinho e por esse Lindo poema que escreveu.

Com Todo Amor que Houver Nessa Vida pra Voce.

Enquanto isso...

... Vou Fazer o que eu Gosto, Vou Fazer o que eu Gosto, Eu Vou.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Um Pedaco de Saudade

Ate pensei que virias
com aquele vestido quando lhe conheci
Deixa estar
ja nao consigo mais sorrir
Quando liguei e ouvi tua voz
os anos voltaram formando um livro
onde guardo cada pedacinho de mim
que foi partido com cada pessoa que ja vivi
Tudo bem
nao quero mais chorar
A saudade e' um pedacinho de dor
que cai do ceu quando lembro do amor
Faz assim: apenas sorri
quando a saudade cair
nos ombros teus
que sao os olhos meus.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ode de Apresentacao

Meu caminhar encontro pedras, pedrinhas e pedregulhos
Mas isso nao me alarda
Quando vejo uma garota, menina, crianca, na janela do bonde
no temeroso frio do Canada sorrindo pra mim
Ah, quando lembro disso, meu coracao pulsa
meus olhos lagrimejam e uma tenue felicidade se brota dentro desse coracao frio e solitario.

domingo, 13 de março de 2011

Reflexo

Vejo o mundo atravez do espelho
que reflete em mim a ilusao perdida
Carrego no olhar da alma
a fraqueza de aquiles
Nao sei o que me sobra
nesse espelho que vejo la fora
apenas uma luz
que reflete a magia
dos sonhos de outrora
Vejo nesse mundo uma perdida ilusao
que reflete nesse espelho
meu olhar de dentro
que desmorona no chao
Nada mais e' duravel que os sentimentos
que apregoa compaixao
na luz que brota nesse instante.
Ha' duvidas e paixao...

terça-feira, 8 de março de 2011

Deus Caminha Torto no Mundo dos Loucos.

Por favor nao me falem de Deus. Nao me falem de moral e justica. Muito menos, falem-me sobre a ciencia. 'a unica finalidade da ciencia esta' em aliviar a miseria da existencia humana'. Nao quero saber sobre ciencia. Nao me falem de religiao.Nem sobre se Jesus morreu na cruz de madeira feita por alguns homens de Roma. Nao quero saber. Nao me falem de verdades. Elas nao existem.

Deus. Moral. Jesus. Religiao.Ciencia. Tudo que acabo de dizer e escrever fora criado para servir-nos ah um mundo perfeito. Onde Deus reina sobre nos e somos seus fieis caminhando com Jesus e protegendo a moral.  Pois de fato eh assim que estao indo. Cada um se matando em nome dele e de tantos outros tambem criados para simplesmente suprir uma carencia de todas a socieadade. A carencia de onde viemos e o que fazemos aqui onde o dinheiro fala mais alto; mais ate' que o amor. Amor? Tambem nao existe. Sou poeta e pra mim mesmo eh dificil. Acho que estou descobrindo sim a sua essencia, o que nos leva a dizer " eu te amo" e o que mais me convem com tudo isso. Essa eh a Verdade.

A verdade existe apenas para nos assegurar que o mundo nao eh mentira. No entanto, a partir do momento em que, acredito e tenho uma verdade  logo nao existe mentira. A verdade eh unica, de cada um.

Nao existe verdade absoluta.

Nao procuro saber se Deus existe ou nao. O que procuro e' tomar-me consciente o maximo possivel. Ser/Estar consciente. Pois tudo deriva-se de mim mesmo. Primeiro Eu. De dentro pra fora. Yin-Yang. Um trabalho arduo e diario. Nao me convem a estoria de Jesus.

"A historia e' uma historia e o homem e' o unico animal que ri. "

Rio de mim mesmo. Dos outros. Das fantasias e historias engracadas. Falem-me um pouco mais de algo realmente construtivo. Minha arrogancia eh tanta que me permito conhecer sobre algo que ate mesmo nao creio ou nao me interessa. Mas me permito, com meu egoismo ajudar as pessoas. Falem-me um pouco mais sobre as criancas na Africa morrendo por desnutricao.Porque nao ha comida. Isso realmente eh dificil de crer porque eh apenas um fato. E fatos nao sao verdades. Sao apenas fatos. Verdades sao verdades. Pensamento criado atraves de nossa educacao, crescimento, cultura. Verdade eh uma teoria daquilo que nos convem. Mas, o que mais importa mesmo, e' nao ter que ouvir do medico que estuda anos e anos para salvar vidas que nao vai me tratar porque nao tenho dinheiro e que tenho que voltar para meu pais. E enquanto isso, Deus caminha torto no Mundo dos Loucos....

De tudo isso que falei, nada e' mais importante que a verdade de cada um. Mas cuidado, desliguem a TV e comsumam com consciencia. Tratemos de viver sem dinheiro. Vou pra Venus!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Lisbon Revisited



" NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!"

Alvaro de Campos

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Azul e Verde

Deixo essa cidade e meu quarto azul com três fotografias emolduradas na parede. Esse quarto nao tem vida. Apenas eu que assombro-o com meus devaneios poéticos e silenciosos. Deixo essa cidade em busca do ouro de tolo. Em busca de aventuras e amores. Deixo essa cidade não como a conheci. Hoje ela está branca e fria. Me sinto igual a ela quando perâmbulo entre as calçadas em neve. A gota da chuva na arvore caindo sob minha jaqueta. O frio entrando pelo buraco furado do tênis que herdei do meu irmão.
Me sinto velho desde quando completei 1 ano de vida. Ou mesmo quando resolvi ter consciência da vida ao entrar no teatro. Ele me assombra. Tenho fantasmas que surgem como personagens de Macabeth. Necessito de um pouco de paz nessa guerra constante que traço no traço rabiscado que fora desenhado quando tinha lá meus quinze anos. Sou jovem desde quando completei 30 anos e ao sentar à mesa vi meu pai, velho, sem cabelos e uma pele frutífera e pensei comigo: " Ei de ficar assim também!" Bateu-me uma nostalgia. E dela nasceu uma tramenda infeliz alegria ao descobrir que também vou ficar velho que nem os velhos que vejo andando nas ruas da cidade.
Deixarei esse meu quarto azul com três fotografias P&B emolduradas na parede. Em meu ultimo aniversário ganhei de presente um pedaço a mais da pizza que como toda a terça-feira e que deixarei de comer pois estou de mudança novamente e com ela duas cocas; na noite anterior do meu aniversário ganhei hambúrger. Ah, teve a cama também que resolvi montar nas duas ultimas semanas que me restam (hoje alguns dias). Presentes são que nem comidas resta-nos apenas a lembrança e o sabor. O resto, é apenas o resto.
Deixarei esse meu quarto com quatro estantes pequenas onde faço minha bagunça. Dinheiro (o pouco que me sobra) cigarros, cedas, um despertador que ganhei para enxer meu ouvido todos os dias as 7:30am para não faltar no trabalho. Abaixo das estantes há um aquecedor mas divesas vezes acordo com frio porque os fantasmas roubam meu cobertor. Da janela desse meu quarto azul vejo a rua, e em frente há um campo de onde atletas da Universidade treinam futebol americano (por uma vez apenas vi uma pelota) Agora está branco e frio. Não há ninguém lá. Apenas aves na parte da manhã que não sei qual espécie.
Deixarei esse meu quarto azul com as quatros estantes e as três fotografias P&B emoldurados na parede. Não sei quando volto ou se realmente volto. Mas sei que quando voltar, esse meu antigo quarto azul não será mais azul, será verde.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Anunciação

A morte se anuncia perto.
Longe do mar mas perto do lago.
Em outra língua. Em outro bairro
Ela anuncia devagar, sem pressa
A morte é um rascunho de cacos de vidros
A morte se anuncia na esquina
na rua, no beco, nas praças
em todos os lugares
Ela vai a passos lentos
deixando as pegadas na neve
na cidade do vento
A minha morte se anunciou
nao mostrou o rosto e não tem cicatriz
ela se encontra na estrada
é la que morro e sinto seu beijo
dilacerando meu peito
num suspiro lento
Anuncio minha morte
terrível morte dos sonhos
que nao vive de realidade
me jogo contra ela, que já me espera
não quero, quero
Quero o beijo do desconhecido
do acaso do proibido
escondido debaixo das pontes
ou escancarado no outdoor
Não existe tempo nem preparo
a morte me chama e com ela
preciso encarar meus fantasmas
escolho quem ela vai ser
a morte nao tem cor nem religião
a morte é pagã
precisa de cor e coração
nao apresso, ela é pontual
não desejo, saberar saciar-me
apenas espero e conhecerei
seu beijo dilacerando e  me consumindo
A morte mata minha fome e arranca minha lingua
a morte é um paradigma.




Garanhuns - PE - 2009

Parque Ruber Van Der Linden

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Flores de Agosto

O Amor invadiu meu quarto
invadiu meu ser e meu querer
O Amor me comeu
O Amor morreu

O Amor invadiu meu corpo
invadiu tudo a contragosto
invadiu até meus sonhos
O Amor se foi nas flores de agosto

O Amor! Quantos amores
sofrimentos alegres de um poeta
O Amor apenas invadiu
bateu na porta e se partiu.

Para Alguém Especial!