sábado, 27 de novembro de 2010

Saudade não existe

Depois de uma sessão de Câmara Hiperbárica na Zona Norte fiquei de encontrar um amigo para tomar umas cervejinhas de praxes na Rua Augusta. Ligo pra ele diversas vezes e nada. Telefone ocupado. Insisto e continuo na mesma, sem resposta. Vou no bar e compro uma cerveja. Fico impaciente pois o tempo vai passando. Acendo um cigarro e com um copo na mão fico vagando com meus pensamentos. Um jovem, tanto quanto eu usava a camisa do corinthians, meu querido e saudoso time. Começamos a conversar e me convidou para sentar à mesa com ele (que estava com uma amiga). Falei que precisava telefonar e logo mais eu iria e agradeci prontamente seu convite. Indignado por não conseguir falar com ele (meu amigo) pego minha cerveja e vou àquela mesa do rapaz que me convidou. Sirvo seu copo e da sua amiga e começamos a conversar.

Quando conhecemos alguém, sempre é o mesmo assunto: De onde vem? O que faz da vida? Trabalha?.Toda essa rotina de perguntas é um saco. Logo, somos nós quem ritmamos a conversa e sobre o que conversar. Assuntos mais dinâmicos, sobre a brevidade da vida e o acaso da morte. Entender qual a logica do sistema. E tudo o que temos direito. E conforme íamos conversando, íamos bebendo e fumando e rindo, rindo muito. E levando tudo a sério com uma pitada de comicidade. Quando menos espero aparece um outro amigo e depois mais outro e pronto. A noite vai ser longa mas, eis que chega a hora de partir e viver a realidade. Eu, nada tinha para fazer pois estava de viagem marcada. Os outros, tinham que estudar e trabalhar (menos um amigo que denomino aqui como Lumpén, minto, ele ao menos estuda) Até alguns dias atrás eu era um vagabundo de carteira assinada.

Fiquei com esse dia na cabeça. Sou extremamente apaixonado por acontecimentos repentinos. Dá mais graça a vida pois não segue uma razão. Até porque, isso é completamente desnecessário. Deixe as coisas fluirem e permita-se que as coisas acontecem. Essa frase ja está em mim, definitivamente.

Lembro dos teus olhos
sorrateiro, disfarçado
um tanto engraçado
me perco no acaso
Ah, se pudesse ser mágico...


Ao chegar em casa, fiquei contente e muito satisfeito com o desfecho da noite. Somos nós mesmos nosso proprio condutor. Nós que dizemos onde vamos e o que queremos, quando não, começamos pelo que não queremos. Viva essa vida de acasos e sorte. Só ela pode definir nossa razão. Contudo, fico-me a lembrar daqueles olhos ah! Quantos olhos, quanta sinceridade. Mas, o certo é que saudade só existe em lingua lusitana: Saudade não existe.

4 comentários:

  1. acabei de falar contigo... faz tanto tempo que nao apareço por aqui.. talvez nao muito mas o suficiente... saudades da pouca distancia... conversar e brigas e a saudade eh muito e muito mesmo dolorida, gostosa, ardida como pimenta mas agente sabe que se ninguem morreu ela passa no reencontro seja aqui ou no alaska... enfim... saudade existe e que eu estou aqui... pra quando houver um encontro o braço estará aberto!
    beijo

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  2. Saudade não existe, adorei!
    T.Amo!

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  3. a rua augusta eheheh está muito cosmopolita

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