Gira no terreiro.Gira a cor.Gira a moça preta dos ancestrais africanos que no terreiro de Angola libera a dança que em ti se aflora.Gira Iãnsa.Gira Pai Ogum.Gira todos as cores de nossa mãe Oxum.E gira.Gira.Gira.Deixe a gira girar.A mãe preta que nos olha no terreiro.Saudamos nossa terra nagô que os negros oriundos do Yorubá, trouxe na malemolência as danças desconhecidas e hoje marginalizadas.Gira no terreiro da Mãe preta.Evoca o desconhecido tão querido porem, preconceituosamente pejorativo.
Gira os escravos Bantus, Voduns e Nagos.Deixem finalmente girarem as tribus desconhecidas."Descarrega este terreiro de minha mãe Oiá"
Saudamos com reverencia essa gira e nos encontraremos num futuro ilusósio todos que hoje não enxergam a nossa cultura vinda dos navios nagreiros.
E o samba encerra esta saudação tão esquecida por nós e tão dilacerada no peito dos nossa ancestrais negros mas que ainda ouvimos teus cantos por entre ruas e becos de qualquer cidade do Brasil
"Calunga qui tom´ossemá. Calunga qui tom anzambi, aiô"
"Aiõ meu Povo de Angola.Meu povo de Benin.
Que faz ainda parte de mim
E ouços teus cantos de cantos em prantos
Tuas lágrimas em sangue
Tua cor de mangue
Aiô meu Povo Nagô
dos gritos dos 'tambô'
tambor de minas
crioula
ouço o eco do 'sinhô'
Aiô meu Povo Jeje
que da alma se faz gente
dos dialetos que a terra sente
dançando nos terreiros
que aqui se faz presente.
Aiô meu Povo Ketu
onde sentem nas encruzas
o marasmo de Exu
sua cachaça e seu cigarro
perfumando as estradas
dos escravos outrora refujiados.
Aiô meu Povo Brasileiro
que na alma carrega o sangue negro
dos mesmos que hoje
voce açoita com preconceito
esquecendo enfim que eles
estão dentro dos nossos peitos.
Aiô todos os escravos
esquecidos nos porões
dos também esquecidos
navios negreiros."
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